Houve um tempo em que o adubo para
as plantações era natural. O agricultor transformava resíduos agrícolas,
estrume de animais, folhas e sobras de alimentos, entre outros, em
fertilizantes para a lavoura.
No caso das sobras de alimentos, boa
parte ia mesmo era para as galinhas, porcos, gatos e cachorros. Para eles, um
banquete.
Por motivos diversos, veio o fertilizante químico em detrimento do orgânico.
E veio a cidade, os prédios, a
vida urbana...
Agora estamos em uma nova fase,
refletindo e inovando nas ações de acordo com uma 'moda de muito
bom gosto' chamada sustentabilidade.
E
entre as tantas ideias para fazer parte do círculo dessa nova moda (que veio para ficar), muitos de nós (inclusive
eu) pregam a proposta de compostagem doméstica. Incentivamos sua prática até
mesmo para quem mora em apartamentos. E se porventura alguém disser que em condomínios
verticais é mais complicado aderir a essa proposta, lá vamos nós divulgar o
trabalho das minhocas, pois elas aceleram o processo e deixam tudo mais limpinho. Nisso, reforçamos
a frase “só não faz quem não quer”... Mais ou menos por ai.
Então, talvez, não sei, essas campanhas possam soar como uma intimidaçãozinha básica para aqueles que ainda não exercitam o ato de misturar sobras
para virar adubo ou ainda não “contrataram”
as minhoquinhas.
Pois é... Não faço compostagem
doméstica e nem me sinto intimidada a
fazer. Dificilmente adotarei essa prática em meu apartamento. Teria espaço
suficiente na área de serviço, mas não quero. Sim, faria se morasse em uma casa.
Mas mesmo quem mora em casa e não
queira fazer essa misturança de terra
e sobras de alimentos, está, a meu ver, no seu direito.
Tenho uma certa nóia com isso de que “todos
devem fazer isso” ou “todos devem fazer aquilo” a favor dessa ou daquela causa.
O mundo só gira e respira por causa
da energia da diversidade... :)
É o que imagino...
Somos seres humanos capazes de
inventar o carro, um foguete para viajar pelo espaço (e olhe que a essas
alturas esses são exemplos bem primários) e não somos capazes de dar
alternativas para quem não quer fazer compostagem doméstica? Somos sim.
Escrevi alguns post’s neste blog defendendo a
compostagem e continuo defendendo, pois
é muito importante para a saúde do solo e das plantas, diminui o lixo nos lixões,
enfim, são inúmeros os pontos positivos. Mas faz quem quer.
Existem várias alternativas para dar
uma destinação correta aos lixo produzido em casa, nos restaurantes e nos tantos outros lugares. Além disso,
nem todo resíduo orgânico pode fazer parte do processo de compostagem para virar adubo.
Caderno Metodológico (Educação Ambiental e Saneamento) Ministério das Cidades |
Aliás, a alternativa de praticar
compostagem em larga escala promovida por prefeituras, empresas e demais
instituições ajudam muito mais a acabar com o tanto dos resíduos orgânicos que ainda vão parar lá... nos lixões.
As 130 toneladas de lixo produzidas na cidade vão para a usina de compostagem. Todo resíduo orgânico é separado para ser transformado em adubo. O que é reciclável, como latas, papéis e plásticos, é vendido para indústrias.
(Município de Araraquara-São Paulo)
As campanhas cotidianas -principalmente
nas redes sociais- com imagens, textos e
até tutoriais de como é possível reaproveitar e/ou reciclar um determinado
recipiente que faz parte do grupo que chamamos de lixo seco; ou campanhas
sobre compostagem, valem principalmente para que todos nós fiquemos cientes de
que não existe lixo, mas que praticamente tudo pode ser reaproveitado e
reciclado.
Por conta disso, com essa
consciência exercitamos um outro olhar, mudamos nossas práticas e contribuímos na
fomentação de políticas e projetos que tragam
soluções a favor da sustentabilidade.